sábado, 19 de outubro de 2013

Reflexão



   Hoje, enquanto eu descia distraidamente a timeline do facebook, deparei-me com um link de uma postagem do blog AnsiaMente sobre arrogância. Eu nunca havia lido o blog, muito menos me interessado pelo tema descrito no título. Mesmo assim, resolvi clicar. Sei como é boa - e rara - a sensação de ler uma postagem bem escrita e, mais ainda, quando a gente se identifica com o que foi redigido - por isso não perco nenhuma oportunidade de conhecer novos blogs. E aquele post era, de fato, muito bom, mas não cabe a mim falar sobre ele aqui. O que aconteceu foi que resolvi dar uma fuçada no site, e então encontrei isso aqui. Não tinha melhor hora para eu ler uma coisa dessas, e não me lembro de ter me identificado tanto com um texto quanto com esse. E de ter me sentido tão culpada e contraditória com a simples leitura de um post. 
   Hoje mesmo, abri o canal do TED no Youtube para assistir a algumas palestras. Sempre fiz propaganda desse evento quando tinha oportunidade, porque realmente me sinto inspirada pelo propósito de seus idealizadores: Divulgar e incentivar o pensamento de ideias inovadoras nas pessoas. Também cortei, hoje, acima do ombro, o cabelo que antes quase batia na cintura. Tomei essa decisão por querer fazer algo de bom pra alguém (doarei minhas madeixas ao hospital do câncer) e porque todos me diziam para não fazer.
Mas eu já quis ser astronauta, e ainda mantenho esse desejo dentro de mim. Quis, desde a quarta série, e ainda quero ser escritora. E me inscrevi em jornalismo (ok, arquivologia, mas apenas como treineiro por causa das matérias específicas) na faculdade para, adivinha, ter uma profissão "de verdade" enquanto tento a sorte em uma editora.
   E então, ao ler "Como matar sonhos", percebi que estava sendo exatamente aquilo que me esforço tanto para não ser: O famoso indivíduo padrão, que faz tudo que se é esperado dele, do jeito imposto pela sociedade. Descobri que as pessoas, além de temerem o novo, sempre tentam impedir que ele aconteça. Eu já fui assim, e me arrependo. Sem inovação o mundo não gira, só que ninguém acha que ter essas ideias é sua função. Sim, eu quero ser escritora e sim, eu pretendo prestar jornalismo - tanto para ter formação na área da escrita quanto como medida preventiva. Ou, pelo menos, pretendia. Já estou cansada de ter meus sonhos esmagados por estatísticas bobas e minha criatividade desestimulada por um sistema educacional decadente. 
   Então, se eu quiser ser uma jornalista conceituada em Nova York, ter um apartamento na quinta avenida e publicar livros de fantasia aclamados pela crítica, estarei desafiando as probabilidades. Mas essas coisas acontecerem ou não comigo certamente não dependem delas. Nem de você, e muito menos de sua opinião conservadora. Elas dependem unicamente de mim. E, mais do que da minha capacidade de realizá-las, elas dependem de eu acreditar que é possível. E agora, pela primeira vez, eu acredito.